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O uso do “fogo contra o fogo” foi aplicado em três fazendas da região pantaneira Miranda-Abobral, na última semana. As áreas prescritas foram atingidas por incêndios este ano e, para evitar reincidência, a vegetação seca e exótica acumuladas e possivelmente combustíveis são “retiradas”.
É com isso que, se o ‘fogo ruim’ dos incêndios se aproxima das regiões, os riscos de se alastrarem são minimizados. O trabalho de prevenção, previsto em planos de manejo integrado, precisa ser realizado por especialistas.
Neste caso, atuaram os pesquisadores do Projeto PELD Fogo Pantanal, da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e Ibama. “Nesta ação contamos com o trabalho de dez brigadistas bastante experientes na execução de queimas controladas e todas aconteceram de forma segura e dentro do esperado”, disse Alexandre Pereira, que é pesquisador e analista ambiental do Prevfogo.
Os especialistas explicam que há três tipos de queima prescrita que são realizadas em suas áreas de estudo: precoce, modal e tardia. A primeira é feita no período menos crítico, que antecede a temporada de incêndios. A segunda é aplicada durante o período de estiagem e de incêndios. Por fim, o fogo tardio é feito após o período crítico. Entre as três, a queima modal é a que mais exige atenção.
Brigadistas identificados em área de manejo integrado do fogo (Foto: Alexandre Pereira)
Márcio Yule, coordenador do Prevfogo em Mato Grosso do Sul, ressalta que não basta só combater o fogo, o apoio às atividades científicas dentro do manejo integrado do fogo é fundamental para mudar o futuro dos grandes incêndios no Pantanal.
“É uma ação preventiva extremamente importante. Já existe uma determinação dentro do Prevfogo para que a gente possa apoiar cada vez mais as pesquisas e no caso da queima prescrita, fornecer todo apoio e segurança no acompanhamento, cumprindo as etapas de execução”, destaca.
Nesta ação, foram atendidas as fazendas São José do Báu, Xaraés e Vai Quem Quer. O ‘fogo bom’ é utilizado desde 2013 pelo Prevfogo, quando uma equipe foi fixada na aldeia Limão Verde, em Aquidauana. No Pantanal, mais de 90% das terras estão em propriedades privadas, o que torna necessário integrar e discutir com esses proprietários as estratégias de prevenção.
Por possuir planejamento estratégico, o fogo prescrito é considerado bastante seguro. Dias antes de executar uma ação como essa, pesquisadores se reúnem com brigadistas para avaliarem as condições do local e as equipes realizam limpeza e manutenção de aceiros nas parcelas que serão queimadas.
Informações Campo Grande News