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A multinacional de capital indonésio Paper Excellence recusou proposta de acordo apresentada pela J&F para encerrar a disputa pela Eldorado Brasil Celulose.
Conforme informado pelo colunista Lauro Jardim, do Jornal O Globo, a oferta foi feita diretamente por Joesley Batista ao dono da Paper, o indonésio Jackson Widjaja.
A argumentação de Batista é muito similar a apresentada pelo Ministério Público Federal, na mais nova cartada judicial que pode beneficiar a J&F na disputa pelo controle da empresa. Joesley Batista disse que como a Paper nunca conseguiu autorizações prévias exigidas para que estrangeiros controlem terras no Brasil, e propôs a extinção do contrato de venda firmado em 2017, com a devolução integral dos recursos pagos pela empresa da Indonésia, e sem a cobrança das perdas e danos acumulados ao longo dos últimos anos de forte litígio.
A reunião, conforme Jardim, também teve como participantes o vice-presidente Jurídico da J&F, Francisco de Assis e Silva, o presidente da Paper Excellence no Brasil, Claudio Cotrim, e o consultor jurídico da família Widjaja, Bertie Mehigan.
Na visão da J&F, o desfazimento voluntário do negócio também poderia evitar os riscos de condenação das empresas pela celebração ilegal de contrato. O MPF está pedindo na Justiça a nulidade do acordo, uma vez que o Incra e a própria PE confirmam que a empresa estrangeira nunca solicitou autorização do Congresso para se tornar proprietária e arrendatária das terras controladas pela Eldorado.
Paper
Em nota divulgada à imprensa, a assessoria da Paper Excellence disse que Jackson Wijaya chegou na reunião disposto a encontrar uma solução para encerrar o litígio na Justiça que já dura cinco anos. Num gesto de boa vontade, sinalizou que um acordo sobre o valor a ser indenizado pela J&F por danos poderia ser negociado após o fechamento do negócio nos termos já acertados em 2017, conforme determinou o Tribunal Arbitral e a Justiça brasileira.
“A Paper lamenta que a intenção do empresário brasileiro não tenha sido buscar a melhor solução para as partes, mas sim uma tentativa de intimidação alegando eventuais articulações que talvez possam ‘respaldar’ sua resistência de reconhecer a decisão arbitral e entregar a empresa que vendeu, seguindo com o litígio na Justiça do Brasil”, afirmou a nota.