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Por Henrique Ferian
Jupiá, em Três Lagoas, vive uma grave crise de convivência e preservação ambiental. Enquanto moradores denunciam a desordem causada por som alto, consumo excessivo de álcool e lixo espalhado aos fins de semana e feriados, o Ministério Público, através do promotor Dr. Antônio Carlos Garcia de Oliveira, reforça a necessidade de ações legais e preventivas para proteger a região.
Relatos de uma Comunidade à Beira do Caos
Samuel Hoda, presidente da Associação de Moradores do Jupiá, tem liderado a luta contra a desordem que tomou conta do bairro. Desde 2020, ele encaminha ofícios às autoridades solicitando maior fiscalização e medidas para conter os abusos. Em 2021, ele perdeu seu filho, atropelado em frente à sua casa, após um motorista imprudente sair de uma dessas aglomerações.
“A situação só piora. Som alto, rachas, motos em alta velocidade e lixo por todo lado afastam famílias e turistas. O Jupiá é um bairro turístico, mas não tem mais condições de receber ninguém”, lamenta Samuel.
Mesmo após inúmeras denúncias, incluindo ofícios recentes à Polícia Militar, nenhuma medida efetiva foi tomada. O presidente pede a presença de uma viatura policial no local nos horários críticos, entre 15h e 18h, aos domingos e feriados. “Um policial aqui já faria toda a diferença. O respeito volta com a presença da polícia, porque, por nós, moradores, ninguém obedece”, ressalta.
Ministério Público Reage às Reclamações
O promotor Dr. Antônio Carlos Garcia de Oliveira confirmou o recebimento de denúncias dos moradores e fotos dos veículos responsáveis pelo som alto. Ele também apontou a degradação ambiental causada pelo descarte inadequado de lixo na beira do rio.
“É inadmissível que as pessoas usem o espaço público e deixem um rastro de destruição. Vamos apurar os fatos, identificar os responsáveis e aplicar as medidas cabíveis, incluindo multas e o recolhimento de equipamentos de som”, explicou o promotor.
Além das ações legais, Dr. Antônio reforçou o papel da Secretaria Municipal de Meio Ambiente na fiscalização. “É obrigação do poder público instalar placas com limites de decibéis permitidos e realizar apreensões de equipamentos que ultrapassem esses limites. A polícia deve ser acionada para garantir o cumprimento da lei”, afirmou.
Impactos para o Turismo e a Qualidade de Vida
O Jupiá é uma região conhecida por sua beleza natural, atraindo turistas e moradores de outras localidades. Contudo, o desrespeito às normas tem afastado famílias e comprometido a imagem do bairro como destino turístico.
“É revoltante. Quem mora aqui está sendo expulso. Nós, que cuidamos do local, não conseguimos mais usá-lo”, desabafou Samuel.
Com as festas de fim de ano e férias se aproximando, o problema tende a se agravar. Os moradores esperam ações concretas para evitar novas tragédias e devolver a tranquilidade ao bairro.
Soluções em Debate
Tanto Samuel Hoda quanto Dr. Antônio concordam que a presença policial e ações de fiscalização são cruciais. Além disso, campanhas de conscientização ambiental e medidas preventivas, como a instalação de placas e blitz regulares, poderiam ajudar a controlar a situação.
“É preciso uma força-tarefa envolvendo a Prefeitura, a Polícia Militar e a Secretaria de Meio Ambiente. O Jupiá é um patrimônio de Três Lagoas, e não podemos permitir que o descaso continue a dominar”, concluiu o promotor.
Com relatos de moradores e posicionamento do Ministério Público, fica claro que o Jupiá precisa de atenção urgente das autoridades. O apelo é para que o bairro volte a ser um local de convivência saudável e preservação ambiental, valorizando sua importância turística e social.