Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:
Em entrevista exclusiva concedida para a Rádio Difusora FM 99.5, direto de seu gabinete em Campo Grande, o deputado estadual Pedro Pedrossian Neto, economista e ex-secretário de Finanças da capital, fez uma análise profunda do cenário econômico brasileiro e destacou o momento diferenciado vivido pelo Mato Grosso do Sul. Amigo de Três Lagoas e da região do Bolsão, Pedrossian Neto trouxe um panorama preocupante sobre as finanças públicas do país, mas também apontou motivos para otimismo em relação ao estado.
Crise Fiscal e Dívida Pública: Um Cenário Nacional Preocupante
O deputado iniciou a conversa alertando para a gravidade da situação econômica do Brasil em 2025. Segundo ele, o déficit do Governo Federal, que ultrapassa R$ 1 trilhão ao ano, somado a uma dívida pública de R$ 9 trilhões (considerando União, estados e municípios), coloca o país em um patamar de endividamento próximo a 80% do PIB. “É uma dívida que cresce R$ 1 trilhão todo ano”, frisou, destacando a preocupação de bancos e fundos de pensão com a sustentabilidade desse montante.
Esse quadro tem gerado efeitos colaterais diretos no mercado financeiro. Pedrossian Neto explicou que, diante do risco de um eventual calote, os agentes econômicos vendem títulos públicos e compram dólares, o que pressiona a cotação da moeda americana. “O dólar acima de R$ 6 no final do ano passado reflete essa crise de confiança na área fiscal”, afirmou. Para mitigar o problema, o Banco Central vendeu mais de US$ 30 bilhões de suas reservas cambiais em 2024 e elevou a taxa Selic em 2 pontos percentuais, medida que, segundo o deputado, aumenta a dívida em R$ 110 bilhões apenas em juros.
Com juros projetados para chegar a 15% até o fim de 2025, o cenário é de crescimento econômico reduzido, dificuldades no mercado de trabalho e até a possibilidade de uma recessão no segundo semestre. “Gostaria de trazer melhores notícias, mas essa é a realidade”, lamentou o deputado.
Pleno Emprego e Política Fiscal: Um Benefício Insustentável?
Apesar da taxa de desemprego estar em seu menor nível histórico, próxima ao chamado “pleno emprego”, Pedrossian Neto alerta que esse resultado é impulsionado por uma política fiscal expansionista. “O governo é gastão, injeta recursos na economia, aquece o consumo e reduz o desemprego. Mas é sustentável alcançar esses índices com uma dívida pública tão alta? Essa é a questão”, ponderou. Ele destacou os “desalentados” — pessoas que não procuram emprego e, portanto, não entram nas estatísticas — como um fator que mascara a real situação do mercado de trabalho.
Reeleição de Lula: Um Caminho de Obstáculos
Questionado sobre o impacto da economia na reeleição do presidente Lula em 2026, o deputado foi cauteloso. “Eleição depende de muitos fatores, mas o cenário hoje é de dificuldade crescente para Lula”, analisou. Ele citou a recente pesquisa Datafolha, que mostra uma queda na aprovação do governo, inclusive entre faixas de renda baixa e regiões tradicionalmente favoráveis ao PT, como o Nordeste. “A economia está pautando o debate. Será uma eleição sobre economia”, previu.
Pedrossian Neto criticou a falta de uma agenda de cortes fiscais no início do mandato de Lula, algo que, segundo ele, seria o “remédio amargo” necessário para organizar as contas públicas. “Na segunda metade do governo, o foco é a reeleição. Então, esse cenário não vai melhorar”, declarou.
Mato Grosso do Sul: Um Oásis Econômico
Em contraste com o cenário nacional, o Mato Grosso do Sul vive um momento de prosperidade. “Somos um ponto fora da curva”, afirmou o deputado. Ele atribui o sucesso ao modelo de gestão do governador Eduardo Riedel, baseado em dois pilares: o agronegócio (incluindo a agricultura familiar) e a industrialização. Para 2025, o estado projeta um crescimento do PIB de 4,2%, o dobro da média nacional (2%), alcançando cerca de R$ 200 bilhões.
Três Lagoas, segundo Pedrossian Neto, é um exemplo dessa pujança, com sua industrialização e o “Vale da Celulose” — que inclui cidades como Água Clara, Ribas do Rio Pardo e Inocência. “Nos últimos cinco anos, o orçamento do estado saltou de R$ 15 bilhões para R$ 26,4 bilhões, reflexo de uma base econômica forte”, destacou. Ele também elogiou o enfoque municipalista do governo, onde as prioridades nascem das demandas dos municípios, e citou obras em Água Clara e Três Lagoas como prova desse desenvolvimento.
Infraestrutura e Futuro
O deputado adiantou projetos que prometem transformar a região do Bolsão. O leilão das rodovias BR-262, BR-267 e BR-040, previsto para maio de 2025, trará investimentos de quase R$ 2 bilhões, incluindo duplicações e terceiras faixas. Além disso, a ferrovia entre Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas, com bitola larga e aportes de R$ 20 milhões por quilômetro, deve ser repactuada, conectando o estado ao porto de Santos. “Antes de pensar no Pacífico com a rota bioceânica, precisamos voltar ao Atlântico”, enfatizou.
Compromisso com Três Lagoas
Pedrossian Neto anunciou uma visita a Três Lagoas no fim de fevereiro para se conectar com a população e acompanhar projetos como a modernização da BR-262. “Quero ver os amigos, fazer novas amizades e ajudar o prefeito Cassiano”, disse, convidando os ouvintes a acompanhá-lo nas redes sociais (@pedrossianneto).
Enquanto o Brasil enfrenta um 2025 de incertezas econômicas, o Mato Grosso do Sul se destaca como um exemplo de crescimento e gestão eficiente. Para o deputado Pedro Pedrossian Neto, o desafio é manter esse ritmo e erradicar a pobreza extrema, que caiu de 2,7% para 2% no estado, rumo a um futuro de desenvolvimento pleno. Em Três Lagoas e no Bolsão, a expectativa é de mais investimentos e prosperidade, com o parlamentar comprometido em apoiar essa trajetória.