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Por Henrique Ferian
O Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS), localizado na Vila Piloto, em Três Lagoas teve início em 2015 fruto de medida compensatória relacionada à instalação das indústrias de celulose na cidade, passado todo esse tempo segue sem funcionar, evidenciando um descaso por parte do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), responsável pela gestão do espaço.
Em 2018, cerca de R$ 800 mil foram investidos na obra. Contudo, o centro segue sem veterinarios, funcionarios, energia elétrica, mobiliário ou equipamentos essenciais para realizar sua função principal: prestar o primeiro atendimento a animais silvestres resgatados, muitas vezes vítimas de atropelamento nas rodovias da região.
A Polícia Militar Ambiental (PMA) de Três Lagoas, encarregada do resgate desses animais, enfrenta dificuldades devido à falta de uma estrutura local adequada. Animais feridos são levados até Campo Grande, numa longa viagem que muitas vezes compromete ainda mais a sobrevivência dos bichos. O CETAS deveria funcionar como um ponto de apoio imediato para esses resgates, permitindo que os animais recebessem os cuidados iniciais antes de serem encaminhados para centros mais especializados.
Uma das questões que agrava ainda mais essa situação é a falta de resposta clara do Imasul. O órgão permanece reticente em relação às ações necessárias para a conclusão do centro. Além disso, informações sugerem que o IMASUL teria colocado uma condicionante em forma de mitigação da fábrica de celulose Suzano, construída e localizada em Ribas do Rio Pardo, para mitigar impactos na fauna local em Três Lagoas. No entanto, os detalhes desse acordo e os valores ainda não foram divulgados.
Apesar dos avanços econômicos e industriais na região, como a expansão da indústria de celulose, a falta de investimento na fauna e flora locais é evidente. O governador de Mato Grosso do Sul frequentemente destaca o crescimento econômico do estado, mas a realidade do CETAS revela que o desenvolvimento sustentável, que deveria incluir a proteção da vida selvagem, foi deixado de lado.
O que deveria ser um centro de atendimento crucial para a preservação da fauna regional é hoje um espaço subutilizado. A população, as autoridades locais e as organizações ambientais aguardam uma ação concreta do governo estadual e do Imasul. A PMA de Três Lagoas, que resgata animais silvestres, precisa de suporte. A espera de 10 anos é longa demais, e o governo precisa garantir que o CETAS de Três Lagoas finalmente comece a operar, oferecendo os cuidados essenciais que a fauna local tanto necessita.