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Presença de comandante dificulta investigação sobre morte do jovem, diz advogado - Difusora FM 99.5

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Presença de comandante dificulta investigação sobre morte do jovem, diz advogado

Após cerca de 10 famílias denunciarem episódios de tortura ao qual os filhos foram submetidos durante um treinamento militar, que acarretou na morte do  soldado Vinicius Riquelme, de 19 anos, o pedido de afastamento do comandante do 10º Regimento de Cavalaria Mecanizado do Exército Brasileiro será impetrado.

A ação será movida pelo advogado especialista em direito militar José Roberto Bekmann, que na sexta-feira (10) estará acompanhando o deputado estadual Zeca do PT, que confirmou reunião com familiares dos recrutas que alegam ter sido vítimas de tortuta e maus tratos durante o treinamento.

Acerca do pedido de afastamento, conforme relatou ao Correio do Estado,  deve ocorrer enquanto perdurarem as investigações. Já que os recrutas serão ouvidos e para evitar qualquer situação de coação, essa seria a melhor decisão no andamento do levantamento de informações.

“Vou diretamente no Ministério Público Militar, que é o responsável por conduzir a ação penal. Esse comandante ali de Bela Vista, do décimo RCMEC, ele deve ser afastado. Se o comandante que está ali é o grau mais elevado na hierarquia dentro do quartel, com certeza ele tem responsabilidade pelo que os subordinados fizeram. Então, por mais que estejam a pessoa de fora investigando, as testemunhas sofrerão influência em hierarquia. Conta com medo. Vão falar aquilo que o comandante deseja, entende? Ou seja, o que deseja ou que ele determina”, pontuou Bekmann.

Durante a visita a Bela Vista, Bekmann pretende sentar com cada família para organizar o processo e na sequência seguirá para o Ministério Público Militar com o pedido de afastamento do Coronel de Kenji Alexandre Nakamura, atual comandante do 10º Regimento de Cavalaria Mecanizado do Exército Brasileiro (RCMEC).

O advogado explicou a função do  Ministério Público Militar é de promover a fiscalização de todo o procedimento do inquérito policial militar, já que posteriormente irá pegar o resultado do inquérito e verá se existem indícios de autoria e materialidade.

“O Ministério Público Militar pode requerer autoridade superior, de acordo com o artigo 342 do CPPM, ele pode requerer [o afastamento], e no seguinte sentido, que afaste-se o comandante da unidade.  Solicitando para o comandante do exército, para o presidente da República, para o comandante militar do Oeste, ou para o comandante da 154ª Brigada SEMEC, que fica em Dourados. Como está havendo interferências dentro do inquérito policial militar pelo comandante do 10º RCMEC, o Ministério Público como fiscal tem essa função de zelar pelo devido processo legal “, explicou Bekmann e completou:

“O inquérito policial militar é um procedimento, um processo administrativo, até ser concluído. Mas mesmo antes, o Ministério Público Militar, de acordo com a lei, complementar 75 de 93, e a lei 8.625, ele é competente por zelar pela fiscalização do ordenamento jurídico”.

Correio do Estado.

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